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Pelo centro de Habana Vieja

Habana vieja

A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Havana colocou a capital de Cuba no centro dos holofotes. Mesmo quem não acompanhou o noticiário deve ter visto uma ou outra imagem dos encontros, com Havana de pano de fundo. Da Praça da Independência, onde Obama observou o monumento a José Martí, ao Malecón, a avenida beira-mar de Havana, o presidente pode conhecer o que cada vez mais turistas visitarão.

A ilha está no centro dos investimentos turísticos no Caribe e, por mais que as praias de Varadero e dos cayos (pequenas ilhotas em todo litoral cubano) sejam o ponto de maior interesse dos investidores, nenhum turista que visite Cuba deve se privar de conhecer sua emblemática capital. Em outro post falei sobre o Malecón. Agora, uma quase “sequência” daquele post, comentando alguns dos atrativos de Habana Vieja, o centro histórico da cidade, em formato “lista”:

1 – Fortaleza de San Carlos de la Cabaña: é lá que, pontualmente às 21h, ocorre o “cañonazo”. Trata-se do disparo de uma bala de canhão que, antigamente, avisava a hora de fechar os portões da cidade, amuralhada. Hoje, é uma atração turística. Do outro lado da cidade, a fortaleza tem as melhores vistas para Habana Vieja, atraindo visitantes no fim da tarde, para o por do sol, ou à noite, para a cerimônia do “cañonazo” – que serve ainda para acertar o relógio.

Havana vieja

Canhão aponta para o canal de entrada na cidade. Do outro lado, a Fortaleza de San Carlos de la Cabaña

2 – Construções coloniais e art decó: tombado como Patrimônio Histórico pela Unesco em 1982, o centro de Havana vem sendo recuperado, pouco a pouco. A Catedral e a Igreja de São Francisco, hoje um museu, são exemplos da arquitetura colonial, enquanto as construções do início do século 20, em estilo art decó, em maior número, têm sua recuperação mais lenta. A restauração desses edifícios, no entanto, tem contribuído para a abertura de novos quartos em hotéis em Habana Vieja, a maioria de alto padrão e no estilo butique, caso do Saratoga Palace e do Hotel Inglaterra. Uma curiosidade é o Hotel Los Frailes, com 22 apartamentos sem janelas. A proposta é levar os hóspedes a um ambiente de paz interior, inspirado nos antigos mosteiros de clausura.

Havana vieja

Construções em processo de restauro

3 – Plaza Vieja: é o ponto certo para entender porque o centro histórico de Havana virou patrimônio. Como o restauro das construções é extremamente lento, visitar a praça permite observar a ação do tempo nos imóveis que já foram sofisticados e, simultaneamente, os “milagres” que a restauração possibilita. Um ao lado do outro. Em uma das esquinas fica o edifício Gómez Vila, com um mirante no alto de seus 35 metros.

4 – Praça de Armas: lá estão o Palácio dos Capitães-generais, que abriga o Museu da Cidade, no edifício de 1776, e a Fortaleza da Força Real, de 1577, onde pode ser observado um trecho da muralha que protegia Havana. A Praça das Armas é um aglomerado de barracas de livros. A maioria deles, para turistas, com temas como a revolução cubana, guias de viagem e manuais sobre charutos.

Havana vieja

Vendedor de livros lê na Praça de Armas

 

5 – Capitólio: em estilo clássico, o Capitólio foi inaugurado em 1929. Tem cúpula que pode ser vista de longe, a 92 metros do solo. No interior, uma estátua que representa a República, a terceira mais alta do mundo instalada em locais cobertos, com 17,5 metros e 49 toneladas. É no centro do edifício, embaixo da cúpula, que está o marco zero das estradas da ilha.

6 – Museu da Revolução: em um grande palácio inaugurado em 1920 pelo então presidente cubano Mario García Menocal, o edifício que abriga o museu mistura estilos arquitetônicos, com predominância do neo-clássico. Como obra arquitetônica, já merece a visita. O museu é um compêndio das lutas do povo cubano. Há registros de toda a história do país, marcada por guerras até a deposição do ditador Fulgêncio Batista, em 1959, quando se dá a revolução encabeçada pelos irmãos Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos. Fotos, documentos, armas e utensílios registram a história dos povos que viveram na ilha.

7 – Bares: na primeira vez em que estive em Havana, em 2004, dois bares icônicos, imortalizados pelo Nobel da Literatura Ernest Hemingway – que afirmava que Havana era mais bonita que Veneza ou Paris –, eram visitas obrigatórias: La Bodeguita del Medio, dona do melhor mojito do mundo, para o escritor; e La Floridita, endereço do melhor daiquiri do planeta, também para o autor de “O Velho e o Mar”. Em 2013, última vez que estive por lá, outro ícone fora reinaugurado, aumentando a lista de excelentes bares de Habana Vieja. Trata-se do Sloppy Joe´s Bar, dos anos 1920, que permaneceu fechado quase cinco décadas. Em tempo: “econômico” é um adjetivo que não se aplica a nenhum dos três.

Havana vieja

 

8 – Praça da Revolução: fora de Habana Vieja, mas dentro do roteiro do presidente Obama, a praça é o endereço do Memorial José Martí, construção mais alta da capital cubana – e, portanto, um mirante. Em frente à torre está o edifício decorado com o rosto de Che Guevara, que funcionou como Ministério da Fazenda e, posteriormente, das Comunicações.

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