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Elas estão de volta

baleias

Em 2011 realizei o sonho do encontro, cara a cara, com os animais que mais interesse me despertaram desde a infância: as baleias. Ok, confesso que já havia estado muito perto delas no Sea World, na Flórida, mas não, definitivamente, não é a mesma coisa. Depois do encontro com as baleias em seu habitat natural, parece que ficamos amigas. Já pude avistá-las em outras duas ocasiões, no México e na Patagônia Chilena. Nos reencontros, garanto, a emoção foi a mesma.

Recupero aqui um post publicado originalmente no blog PANROTAS em Viagem, da PANROTAS, contando como foi aquele primeiro encontro, no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no sul da Bahia. Isso porque, elas estão de volta! No mês passado, o quarto cruzeiro de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte verificou a presença de 32 grupos de jubartes nos mares de Abrolhos. Elas visitam anualmente o litoral brasileiro para sua reprodução. Aqui, nascem os filhotes, depois dos 11 meses de gestação.

A temporada se estende até novembro. Caravelas, na região conhecida como Costa das Baleias, é o ponto do continente mais próximo a Abrolhos. De lá (e também de Alcobaça e Nova Viçosa) saem as embarcações licenciadas pelo Ibama para passeios que têm como principal objetivo possibilitar esse encontro, “cara a cara”, com os gigantescos mamíferos. Abaixo, o post original.

A primeira vez a gente não esquece

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Baleia jubarte, no Parque Nacional Marinho de Abrolhos (BA)

Em mar aberto, é difícil saber onde fixar a vista. Olha-se adiante, para as laterais e para as outras pessoas embarcadas, afinal, quanto mais pares de olhos atentos, melhor. Mas, infalivelmente, é o bem treinado olhar do guia que acompanha a embarcação, ou do comandante, que dão o aviso: “baleia!”. É o suficiente: a respiração para, o coração acelera e os gritinhos são ouvidos por todos os lados do barco. Só então é que o olhar encontra a causadora de tanta comoção, a jubarte, parada, cabeça para baixo e cauda para cima. O barco pode se aproximar, segundo conta Milton Marcondes, do Instituto Baleia Jubarte. E se aproxima, o bastante para todos registrem verdadeiros “closes” das jubarte.

Foi meu primeiro encontro com uma baleia em seu habitat natural. Difícil não se sentir privilegiado naquele cenário, com a incrível sorte de ter diante de si uma baleia nada tímida, que permaneceu “cauda para cima” por cerca de 15 minutos, fazendo a alegria completa de todos a bordo. Muitas fotos depois e olhares ainda hipnotizados no cetáceo gigante, a jubarte decidiu partir, deixando a água marcada com seu rastro, inconfundível, uma vez que ao mergulhar a baleia joga para a superfície a água do fundo do mar. Conhecedores do “rastro” da jubarte, o passeio só melhorou. Além de tentar avistar as baleias, procuramos as marcas na água e os borrifos vistos ao longe, que indicam a posição exata dos grupos.

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O Instituto Baleia Jubarte estima em cerca de nove mil o número de jubartes que deixam as águas frias da Antártida para acasalar, dar à luz e amamentar no litoral sul da Bahia. É essa a região preferida por 80% das jubartes que visitam o litoral brasileiro, segundo o Instituto. No passeio ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, é quase impossível não encontrá-las. Vimos dezenas: mães com filhotes, grupos competidores, nos quais uma fêmea é seguida por quatro, cinco ou seis jubartes macho, e baleias solitárias. Os borrifos no horizonte são o indicativo de quantas jubartes estão nadando juntas.

As jubartes têm em média 14 metros e cerca de 35 toneladas. Há sete populações – ou grupos – delas no mundo, classificadas segundo a área de migração que adotam. A população brasileira é a A, da Costa Atlântica, hoje com cerca de nove mil indivíduos e em crescimento, desde que o Brasil proibiu a caça de baleias, em 1986. Dóceis, esses mamíferos alimentam-se de krill, uma espécie de camarão encontrado na Antártida. Para elas, o litoral baiano é uma espécie de “spa”,  onde gastam a gordura acumulada nos meses de permanência na Antártida, enfrentando toda a temporada “baiana” em jejum. Voltam para a Antártida quando o verão chega – e a fome aperta. Afinal, só mesmo a fome para tirá-las das praias baianas.

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Em tempo: não é preciso chegar ao arquipélago de Abrolhos para encontrar as baleias. Elas aparecem pelo caminho. Diz-se que a viagem não é o destino, mas o caminho. Em se tratando das jubartes e de Abrolhos, essa é uma verdade absoluta. E para saber mais sobre esses mamíferos, espie ohttp://www.baleiajubarte.org.br.

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Se eu gostei da experiência? Tá aí um registro que vale por mil palavras!

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