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O que havia na Síria

na Síria

Ah, a Síria… Em primeiro lugar, este não é um texto sobre refugiados, embora haja muito para se falar sobre o triste tema. Este texto é sobre um pouco do que deixam os refugiados sírios que conseguem fugir do país. Um pouco da sofrida e resistente Síria que deixam para trás. Tive o privilégio de conhecer esse destino em dezembro de 2010, dois meses antes da saída à luz do Estado Islâmico e suas ações dignas do apogeu da idade das trevas.

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Um dos portões de acesso ao centro histórico de Damasco

Damasco foi a porta de entrada. Uma capital vibrante, com um centro histórico precioso. A capital da Síria é considerada a mais antiga cidade habitada do mundo, aparecendo em registros egípcios de 15 séculos A.C. Olhando as fotos da viagem, fico pensando se a muralha que protegia o centro histórico de Damasco continua em pé. Imagino se os moradores ainda enchem os corredores do principal souq (mercado, em árabe) da cidade, o Souq al-Hamidiyya. Se há orações na Mesquita dos Omíadas, construída por volta do ano 700.

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Corredor do souq, já no acesso à Mesquita dos Omíadas

Se as construções de Damasco resistem à guerra em que está mergulhada a Síria, o mesmo não se pode esperar de Aleppo. A cidade, que sofreu as primeiras grandes investidas do Estado Islâmico, teve a sua “cidadela”, uma espécie de fortificação do século 12, transformada em quartel do EI já no início da guerra. O local onde a cidadela foi erguida já era endereço de cultos religiosos 10 séculos A.C., mas quase tudo o que pude visitar era do período das Cruzadas, quando o Cristianismo era propagado pelos cavaleiros que enfrentavam os muçulmanos. Transformada hoje em base do Estado Islâmico, pouco da cidadela deve resistir ao revanchismo.

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Mercado em Aleppo, em frente à Cidadela

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No interior da Cidadela de Aleppo, hoje utilizada como quartel do Estado Islâmico

Visitei Hama, Homs e conheci a joia arqueológica da Síria,Palmira. Essa, de fato, destruída em maio deste ano pelo Estado Islâmico. Escrevo este post um dia depois dos primeiros ataques da Rússia ao Estado Islâmico, segundo os russos. De acordo com os Estados Unidos, estão sendo atacados rivais do ditador Bashar al-Assad, não necessariamente membros do EI. Não há apenas dois lados em uma guerra. Há milhares de refugiados abandonando um país que, em 2010, recebeu mais turistas internacionais que o Brasil receberá neste ano. Com este post, quero mostrar algumas fotos do que foram Aleppo e Damasco, as duas maiores cidades sírias.

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Rua comercial de Damasco, com suas portas de ferro e madeira abertas

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Dentro do souq de Aleppo, uma pequena mesquita

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Vista de Aleppo, do alto da Cidadela

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Ruínas próximas a Aleppo e a desértica paisagem da região

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