Como as cidades históricas mineiras, Petrópolis, na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, é uma visita obrigatória para fãs da história. Bem conhecida pelos cariocas, afinal a cidade está a apenas 65 km do centro do Rio, Petrópolis também é famosa entre os que gostam de trekkings, sendo ponto de partida – ou chegada – para um dos mais populares trekkings do País, a travessia Petrópolis-Teresópolis, com 42 km de sobe-e-desce nas montanhas, percorridos em dois ou três dias.
Quando assinou decreto fundando a cidade, em 1843, o imperador Dom Pedro II tinha um objetivo claro: construir ali sua residência de verão. Abrigando hoje o Museu Imperial, o palácio foi construído entre 1845 e 1862, período no qual dezenas de outros palacetes e casarões iam sendo erguidos em Petrópolis. E eles continuam ali, ainda que nem todos estejam abertos para visitas, o que não prejudica o passeio pelas ruas e praças arborizadas da cidade, procurando as placas de identificação histórica dos casarões, com breves informações sobre quem o construiu e quando.
Em estilo neoclássico, o palácio de verão foi utilizado pelos imperadores até 1889, quando foi proclamada a República. O edifício, com 44 cômodos divididos em duas alas e um andar superior, pode ser visitado de terça-feira a domingo. Boa parte dos cômodos têm decoração original, recuperada quando o palácio foi transformado em museu, em 1940. Salas de reunião, jantares, baile e escritório estão no piso térreo e, no andar superior, os quartos dos imperadores e das princesas Leopoldina e Isabel. Além do mobiliário, há salas com exposição de joias, trajes, utensílios e, entre os principais objetos do acervo, a coroa de Pedro II.
Entre as construções de “portas abertas” estão a Casa da Ipiranga, de 1884, com restaurante na antiga estrebaria; a Casa de Cláudio de Souza, que pertence ao Museu Imperial; o Palácio Amarelo, onde está instalada a Câmara Municipal; e o Palácio Rio Negro, de 1889, que serviu de residência para vários presidentes da República. Ainda que a visita se restrinja à observação desde a calçada, vale a pena dar uma olhadinha na imponência de construções como o palácio em que viveu a princesa Isabel ou a casa de Rui Barbosa.
Além dos antigos palacetes, é necessário visitar algumas das impressionantes igrejas da cidade, especialmente a Catedral São Pedro de Alcântara, em estilo neogótico, onde estão os restos mortais de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, além da princesa Isabel e seu marido, o Conde D´Eu. Menos imponente, a Igreja Luterana é um dos templos mais antigos da cidade, de 1863. Somente com a revogação da lei que impedia templos não católicos de terem características de igreja é que sua torre foi construída, em 1903, em estilo neogótico, com arcos e gárgulas. Mais simples, a Igreja Nossa Senhora do Rosário foi erguida em 1953, no local onde havia uma capela construída com doações coletadas por ex-escravos.
A lista de visitas em Petrópolis pode ocupar bem mais que as horas de um fim de semana. Entre os museus, por exemplo, está a Casa de Santos Dumont e o Centro Cultural 14 Bis, anexo à casa-museu. Para a crianças, o Museu de Cera pode agradar bastante, com as figuras imperiais, naturalmente, mas também super-heróis e personalidades, como Santos Dumont e Einstein. Já os papais e mamães vão preferir a visita à mais antiga fábrica de cerveja do Brasil. A Cervejaria Bohemiafunciona ali desde 1853 e suas instalações foram adaptadas ao turismo. Agora, é possível fazer um tour por uma espécie de museu da cerveja, bastante interativo, com direito a degustação no final. Há ainda um restaurante e, como é de se esperar, o bar.
Em tempo: o site do Museu Imperial, além do horário de funcionamento e preço dos ingressos, tem uma visita virtual que vai agradar quem curte história. No caso da Cervejaria Bohemia, a dica é checar os horários do restaurante e das visitas.