Huilo Huilo já era um local mágico antes de ser Huilo Huilo. Ao contrário dos pantanosos terrenos da Flórida que o visionário Walt Disney comprou para iniciar a criação de seu Walt Disney World, Huilo Huilo já tinha uma natureza que lhe rendeu reconhecimento como Reserva da Biosfera pela Unesco, em 2007, antes do empreendedor Victor Petermann adquirir a área até então conhecida pela exploração madeireira. Depois, com muito trabalho, a mágica começou a acontecer por ali.
Mágica natural, mas também pré-fabricada. E com a madeira reaproveitada após o fim das atividades das madeireiras. O empreendedor Petermann começou a construção do primeiro hotel no local, com apenas 13 apartamentos e uma infinidade de peculiaridades. A começar por seu nome: Montanha Mágica. O hotel tem o formato de uma montanha, com base ampla e um topo afunilado.
Montanha Mágica, que teve seu nome inspirado no livro homônimo de Thomas Mann
Mas essa não é a característica mais marcante da “Montanha”, vista de fora. Há uma cachoeira alimentando as plantas que cresceram nessa estrutura. Como em uma nascente, a água brota no interior da construção, sai pelo alto do edifício, pelo lado externo, o que transforma uma das paredes em uma queda d´água. Essa mesma água corre para o segundo hotel construído por Petermann… O Nothofagus. Sim, um pequeno fio de água corre de um hotel para o outro.
Exterior do Nothofagus
Maior hotel de Huilo Huilo, o Nothofagus tem 55 apartamentos. Se o Montanha Mágica tem uma cachoeira no exterior, o Nothofagus tem… Uma árvore, mas do lado de dentro. Também em formato circular, o hotel tem construção em espiral, mas, ao contrário do Montanha Mágica, tem a base afunilada, sendo mais largo no alto. Parece uma casa na árvore, mas é a árvore que está dentro “da casa”. Há ainda um terceiro hotel, o mais novo deles – o Montanha Mágica começou a ser construído em 2003 e o Nothofagus foi inaugurado em 2005 –, o Reino Fungi. Como o próprio nome remete, o hotel tem o formato de um cogumelo e está conectado ao Nothofagus pelo restaurante.
Árvore no interior do hotel
Os hotéis são especiais em Huilo Huilo, mas as paisagens que podem ser observadas de suas muitas janelas é que são o espetáculo. Observado de boa parte dos apartamentos do Nothofagus, os vulcões Mocho e Chosuenco, lado a lado, são o “top 1” entre as belezas naturais mais fotografadas. Impressionam quando estão encobertos e quando as nuvens deixam que apareçam. Com neve durante todo o ano, é possível fazer caminhadas com raquetes de neve mesmo no verão. No inverno, o esqui é o ponto alto. Também é possível fazer o trekking até o cume, a 2,4 mil metros, com sapatos de neve. Uma das atividades mais interessantes é o Tour Glacial, que permite aos visitantes acompanharem os estudos sobre a influência do aquecimento global por meio do derretimento dos glaciais. Há um gigantesco glacial nos vulcões, com 200 metros de profundidade.
Da janela, o visual para o Mocho, à esquerda, e o Chosuenco, à direita
Em tempo: foram os mapuches, etnia originária da região, que batizaram o local. Huilo, na língua falada por eles, significa “fenda”. Entre as particularidades dessa língua, ainda muito utilizada pelos mapuches chilenos, está o aumentativo, que é feito pela repetição da palavra. E há grandes fendas em toda a região, criando os desníveis que aceleram as águas do rio Fuy e formando cachoeiras, como a Huilo Huilo, lagos como o Perihueico, as montanhas da pré-cordilheira. Destino certo para quem curte natureza e aventura. Quer saber mais?www.huilohuilo.cl.
