Há muito para se ver e fazer em Madri, cidade que merece muitas visitas, retornos em diferentes épocas do ano, para “sofrer” seus verões calorosos e gelados invernos. Morei quase dois anos na cidade, que visitei inúmeras vezes, e acho que uma das mais curiosas visitas que Madri oferece está em uma das regiões mais centrais, nos arredores da Plaza España (aquela com a estátua de Dom Quixote, Sancho Pança e seu criado, Miguel de Cervantes), próxima à Gran Via. Trata-se de um templo egípcio, o Templo de Debod, no meio de Madri.
O templo é original e estudos apontam que foi erguido em II a.C. pelo rei Adijalamani, na região da Núbia, próximo à primeira catarata do rio Nilo, hoje parte do Egito. Dedicado a Amon, o templo tinha suas paredes e tetos pintados e depois de séculos de esquecimento tornou-se atrativo turístico no século 19, sendo visitado pela elite intelectual europeia, principalmente.
O templo foi doado à Espanha como recompensa pela ajuda financeira e científica prestada durante missões arqueológicas espanholas na região, entre 1960 e 1965. Assim, o templo que seria inundado na construção de uma represa, “mudou-se” para a capital espanhola. As pedras foram transportadas em barcos pelo rio Nilo até Alexandria e, de lá, para Valência, naEspanha, em 1969. Da cidade espanhola, 90 caminhões transportaram 1.350 caixas com as pedras do templo até Madri.
A instalação do templo teve uma primeira etapa em 1970, com a montagem dos blocos originais e de dois dos portais de Debod. No ano seguinte, foram reconstruídas as partes perdidas da construção original, caso da fachada principal, e a instalação foi concluída em junho desse ano, sendo inaugurada somente um ano depois, em 20 de junho de 1972. Hoje, pode ser visitada diariamente, fechando apenas às segundas-feiras, sendo uma das visitas gratuitas que Madri oferece. Além do próprio templo, as vistas tanto para a Plaza España quanto para o Parque do Oeste, ali do alto, valem a pena. Também é possível fazer uma visita virtual no site templodedebod.memoriademadrid.es.