Há centenas de portas e janelas em qualquer livro, o que me fez pensar nesta nova “categoria” do blog: de livros e filmes que inspiram viagens. E, aproveitando a comemoração do Dia das Crianças, vou falar do primeiro livro que lembro de ter lido sozinha, pouco antes de completar sete anos. Não apenas porque se trata de literatura infantil mas, principalmente, porque foi ali, nele e em suas continuações, que nasceram o amor pelos livros e pelas viagens.
Publicado em 1931 pela primeira vez, “Reinações de Narizinho”, de Monteiro Lobato, foi parar em minhas mãos em 1984. Foi o primeiro livro que li sozinha, recém-alfabetizada. Foi o início de um caso de amor com os 15 volumes da coleção. O “caso” terminou três anos depois, com muitas lágrimas ao descobrir que o autor havia morrido três décadas antes que eu nascesse. Mas o amor, não.
Se “Reinações de Narizinho” me fez amar a leitura, o segundo volume da série, “Viagem ao Céu”, me deixou apaixonada pelas viagens. Uma aula de astronomia para crianças, o livro colocou os personagens de Monteiro Lobato na Lua, em Marte e nos anéis de Saturno, viajando em caudas de cometas. Nos outros 13 volumes, houve de tudo: aulas de gramática, aritmética, geografia e muita história. Mas, principalmente, viagens. As primeiras de muitas.